LUIZ CARLOS PEREIRA
Inovação: como o investimento das Bandeiras de cartão tem resultado em segurança nas transações
O investimento das bandeiras de cartão tem resultado em segurança nas transações.

O investimento das bandeiras de cartão tem resultado em segurança nas transações. Um exemplo típico da prática dessa ação é a Visa, que mantém essa busca de maneira constante, assim como o uso da biometria na autenticação de pagamentos de débito, um ato importante em função da maior quantidade e sofisticação das fraudes no mercado, e o reconhecimento facial nas transações de débito, usado de forma integrada à plataforma Click to Pay, que funciona como uma carteira digital.
O Click to Pay, que não está ligado a uma bandeira ou a um banco emissor específico, é multiempresas. É preciso se cadastrar na plataforma Click to Pay e informar seus dados e os seus cartões uma única vez, para que possa utilizar o serviço em diversos e-commerces que estejam credenciados a ele. Esse sistema utiliza tecnologias de segurança bastante avançadas, tanto na guarda de suas informações, quanto na autenticação para verificar a identidade do usuário.
No que diz respeito à segurança, a vantagem é que, ao invés do cliente informar seus dados e os dados de seu cartão em cada e-commerce que for fazer uma compra, fica tudo apenas no Click to Pay, e na compra, o cliente só precisa se identificar através do e-mail ou telefone. Como tem crescido o número de instituições que têm suas bases invadidas, para o cliente, o correto é manter os dados arquivados em cada vez menos empresas, e nesse sentido, a atuação do Click to Pay acontece de maneira auxiliadora.
É preciso destacar o quanto as bandeiras têm se movimentado nos últimos anos para ofertar não apenas a garantia de uma transação internacional. Antigamente, a vantagem que o cliente tinha em ter um cartão bandeirado em comparação com o chamado private label, que é aquele emitido por exemplo por uma rede de supermercados, era o fato de a bandeira garantir a segurança da transação e a aceitação em todo estabelecimento comercial credenciado, em todo o mundo. Mas hoje, existem outros provedores desse serviço. Por exemplo, no Pix o Banco Central garante essa transação. Ou seja, nesse quesito específico, o nosso Banco Central concorre com as bandeiras. É claro que, em princípio, isso só garantiria transações feitas no Brasil, mas algumas empresas estão fazendo acordos internacionais e através de uma conexão direta com o seu banco, o Pix hoje já é aceito em países como por exemplo Argentina, Estados Unidos, Portugal, Uruguai, Chile e França.
Dessa forma, a vantagem original da existência das bandeiras tem se enfraquecido, e então elas passaram a se posicionar como “empresas de tecnologias”, principalmente voltadas, é claro, ao mercado de pagamentos, e estão desenvolvendo vários projetos em parceria com outras grandes organizações.
Um desses projetos é o Visa Tokenized Asset Platform, uma plataforma de tokenização de ativos para digitalização de bens e a segurança em transações financeiras. A VISA também vem desenvolvendo outras soluções voltadas desde o suporte para pagamentos mais eficientes até o uso de dados para criar soluções personalizadas. Da mesma forma, a Mastercard está com vários projetos de inovação, e tem investido bastante em soluções de segurança nas transações digitais. E as outras bandeiras de cartões também não estão paradas.
Ou seja, a evolução das estruturas e provedores de tecnologia e de comunicações no mundo tem permitido uma variedade de soluções de integração nas transações financeiras, um ativo que antes só as bandeiras ofereciam. Mas é bom ver que elas têm se movimentado para prover outros tipos de soluções e manter a sua importância no mercado.
Mudanças na cultura, hábitos, valores e principalmente na tecnologia têm trazido transformações, obrigando a todas as boas empresas a manutenção do devido “senso do perigo” e a busca por inovações. Afinal, são raríssimos os casos como o da Bic, que vende a mesma caneta Bic Cristal desde 1946, mantendo-se firme nas vendas.
*Luiz Carlos Pereira é Executivo em Operações e Tecnologia e Vice-Presidente de Tecnologia e Governança da Pagos, Associação de Fintechs de Meios de Pagamento.
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